Resenha originalmente publicado em 05 de Setembro de 2020
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Para o primeiro #VinilDaSemana do mês de setembro, a recomendação que a Carole traz é o álbum The Turn of the Lights, do eterno Andre Matos, que dispensa apresentações e completaria 49 anos no próximo dia 14.
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Talvez esse espaço devesse ser ocupado por uma banda menos conhecida, pois chega a ser clichê recomendar um álbum de um dos músicos mais conhecidos do metal brasileiro. Todavia, como forma de marcar o mês de aniversário do Maestro, trago este álbum. Não apenas por isso, porém: o álbum, último que o Andre gravou em estúdio e lançado em 2012, toca em questões existenciais que nesse contexto de pandemia e de crise global (ambiental, moral, política, econômica) ganham uma dimensão ainda maior – e, de certo modo, urgente. Parece que mais do que nunca se faz necessário olharmos para nós mesmos e buscar o que nos une aos outros.
Destoando dos grandes álbuns clássicos da carreira do Moreno, como Holy Land e Ritual, o The Turn of the Lights é um álbum exigente: exige que se preste atenção aos detalhes, ao que a letra diz, ao que o álbum como um todo quer dizer. Não é um álbum que repete uma fórmula que deu certo, é um álbum no qual Andre coloca toda sua honestidade enquanto artista.
Em suma, é um álbum sobre esperança. Não sobre um otimismo inocente, mas sobre o esperançar, sobre a esperança como atitude ante os tempos difíceis, sejam estes difíceis pessoal ou coletivamente. A arte nos dá essa liberdade de pensar sobre nós e sobre os outros, o que é transformador (talvez por isso seja vista como perigosa por aqueles que odeiam a liberdade, não é mesmo?).
"Like a scar
So many say
It will never fade away
Like a rainbow in the darkest sky
Someday I will be
Together with you
Someday I will leave
This woe behind
For good"
(Gaza - Andre Matos)
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