Vinil da Semana: 'Surtur Rising' - Amon Amarth | Review

No #VinilDaSemana, o Lucas traz uma indicação que com certeza nada tem a ver com algum tipo de decepção ao ouvir o álbum novo de alguma banda. Hoje vamos de 'Surtur Rising' do Amon Amarth!

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Após deixar de lado o death metal mais direto dos seus cinco primeiros álbuns e alcançar novos patamares de sucesso com o lançamento de ‘With Oden on Our Side (2006) e ‘Twilight of the Thunder God’ (2008), focados em músicas mais melódicas e com refrões pegajosos e momentos de grito em coro para shows, o Amon Amarth lança o seu oitavo álbum de estúdio com uma grande expectativa para o público e para a crítica especializada.

“Surtur Rising” é um álbum que abusa do death metal melódico e usa tudo que a banda aprendeu nos seus últimos dois álbuns. É melódico sem perder o peso e esse peso só é alcançado por ótimos riffs e solos, e um trabalho fenomenal de Fredrik Andersson na bateria. “War of the Gods” abre o álbum com um riff avassalador e muito peso. Johan Hegg tem um gutural singular, cada sílaba vociferada é compreendida até pelo maior hater de seu estilo de cantar. A faixa ainda conta com um refrão pegajoso e um solo incrível.

“Tock’s Taunt - Loke’s Treachery Part II” é a continuação de uma música lançada no álbum de 2006 e ela conta mais uma trapaça de Loki com o filho de Friga e Odin, Balder. A música é contada pelo ponto de vista de Töck, Loki disfarçado, que não deixa a alma de Balder voltar de Hel, após ser morto pelo próprio Loki. Uma música mais lenta mas com um ótimo refrão e passagens melódicas. “Destroyer of the Universe” é uma pedrada, conta a história de Sutr, o gigante com sua espada flamejante que adorna a capa do álbum e é figura central do Ragnarok, o apocalipse viking. Rápida, direta, com um ótimo refrão e um solo tão direto quanto a sua letra.

“Slaves of Fear” é uma das minhas favoritas, apesar de já ter sido esquecida pela banda em seus shows. Mais lenta mas com ótimos riffs e passagens melódicas, Fredrik mais uma vez brilha. A letra é talvez a mais simples do álbum, uma crítica à religião cristã. A música fecha com um ótimo solo. “Live Without Regrets” volta à velocidade ainda com as guitarras de Söderberg e Mikkonen fazendo a base melódica durante mais um refrão muito bem escrito. “The Last Stand of Frej” é onde a cozinha da banda trabalha muito bem para manter o dinamismo de uma música mais lenta para momentos mais rápidos, Johan Hegg e Fredrik são os destaques.

“For Victory or Death” começa com uma bateria explosiva, um riff super melódico enquanto a bateria faz uma linda base para a música, tudo nessa música é bem feito, quando a primeira estrofe acaba é onde a velocidade e a guitarra e a bateria conquista o ouvinte. Antes de mais um refrão muito bem escrito, temos uma ponte maravilhosa e o riff do começo da música volta, a banda prova música após música que está em seu auge.“Wrath of the Norsemen” talvez seja o elo mais fraco da corrente coesa que é o álbum. Hegg vocifera talvez seus guturais mais graves até então, mas a música passa sem causar grande impacto.

Então temos uma dobradinha para fechar o álbum, “A Beast am I” é a música mais veloz entre todas as 10 da tracklist, destaque para o dinamismo da bateria de Fredrik, o maravilhoso solo de Mikkonen. A música termina 1 minuto e meio antes de realmente acabar, para dar espaço à dupla de guitarristas brilharem numa sessão melódica e calma, para então começar “Doom Over Dead Man”. A última música do álbum, talvez seja a música mais bem escrita da discografia da banda, mostra o ponto de vista de um guerreiro viking que foi mortalmente ferido, ele irá para Valhalla ou está destinado a Hel? Sua vida valeu a pena? Todo o mal que causou, todo o arrependimento de uma vida sem legado, é comoventemente transmitido pela ótima interpretação de Johan Hegg e pelo ótimo uso de teclados. A banda inteira está muito bem e a música termina numa crescente em que todos os membros participam ativamente para engrandecer a narrativa da música.

“Surtur Rising” é um álbum extremamente coeso, muito bem escrito, muito melódico e, mesmo assim, com todo o peso que a banda ainda carregava do seu anos de influência de Death Metal. E ainda termina com um surpreendente cover de ‘Aerials’ do System of a Down, só demonstrando como o Johan tem uma dicção de dar inveja.


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