Pra iniciar os trabalhos da semana, a Gabi traz pra gente no #VinilDaSemana uma das queridinhas do VNE: a maior que temos, Myrkur, com o seu álbum 'Mareridt'!
Mareridt é uma obra inspirada em um dos piores momentos da vida de Amalie, quando a musicista enfrentava paralisia do sono e pesadelos constantes. A sensação de desespero desses eventos foi desconfortavelmente representada com precisão em seu disco, onde músicas como Ulvinde, Måneblot e Elleskudt usam das características "sinistras" do gênero para incorporar as piores sensações de Amalie. Mas até em pesadelos, Amalie consegue extrair algo de belo; o uso de seus poderosos e belos vocais aliados a instrumentos folclóricos escandinavos, numa aura viking, transforma a dinâmica do álbum e torna a audição mais suave e aconchegante, como em músicas como Crown, Gladiatrix e De Tre Piker.
O disco folk black metal remete muito ao primeiro disco, clássico incontestável, do Ulver, Bergttat. A inspiração é inquestionável, mas, apesar de muitos metaleiros apontarem como "cópia", Amalie na verdade presta um tributo a um ícone do metal escandinavo moldando da sua própria maneira e personalidade. Não a toa, Mareridt esteve, diversas vezes, em lista de melhores álbuns do ano em 2017. Com Mareridt, o projeto Myrkur se mostra um destaque em meio a tantos trabalhos do gênero que não se diferenciam, aliado a resiliência das mulheres e capacidade das mesmas de enfrentar a hostilidade em ambientes que deveriam acolhe-las - a música.
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