Vinil da Semana: 'Vampires Of Black Imperial Blood' - Mütiilation | Review


No Vinil da Semana o Well vai pagar o nosso pedágio para a polícia do True Black Metal™ e traz pra gente o 'Vampires Of Black Imperial Blood' do Mütiilation!

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Mütiilation foi uma banda de Raw/Depressive Black Metal que conta com apenas um membro, o excêntrico Lord Meyhna’ch (William Roussel). Você que tá lendo essa resenha e não conhece nada da banda deve tá se perguntando “excêntrico?”, uma breve pesquisada na internet já entrega o porquê desse adjetivo, exemplos: capa de álbum com o Meyhna’ch sentado de cadeira de rodas que não faz parte de nenhum conceito do álbum e fotos promocionais com ele fazendo expressões dignas de meme.

O disco escolhido para essa resenha é o clássico Vampires Of Black Imperial Blood, lançado em 1995, contando com 8 faixas e 54 minutos de um som sujo e pesado que só o Black Metal francês consegue fazer. O lineup desse debut conta com o já mencionado Meyhna’ch que participa dos trabalhos vocais, guitarras e da bateria programada (na segunda faixa), tem a participação do Mordred no baixo e a colaboração do Loïc Teissier e Krissagrazabeth na bateria.


O álbum já começa com a faixa ‘Magical Shadows of a Tragic Past’, que começa com uma linha de guitarra suja que depois abre espaço para uma bateria bem marcada e logo após entra os vocais do Meyhna’ch com um grito que na primeira vez que eu escutei levei um susto. A música em alguns momentos tem uma bateria bem marcada e uma guitarra que ajuda a criar uma atmosfera densa e ao mesmo tempo que as linhas vocais passa uma sensação de agonia.


A próxima faixa intitulada ‘Born Under the Master’s Spell’ que já começa num Raw Black Metal bem pé no chão, rápido e violento, nessa música tem o uso de uma bateria programada que foi misturada com uma bateria comum e ficou muito bem feito.


Logo depois a terceira faixa intitulada ‘Ravens of My Funeral’ já começa com uma guitarra estridente e um riff bem marcante, a letra é bem fúnebre que facilmente se encaixaria para uma banda de Funeral Doom. A quarta faixa chamada ‘Black Imperial Blood’ já começa numa ambientação sinistra causada pela guitarra e um gutural grave toma conta da música e seguido de uma bateria rápida bem interessante. Com pé na porta e gritaria chega a música ‘Eternal Empire of Majesty Death’, com uma letra falando sobre sobre vampirismo, é uma música que combina muito bem os momentos mais enérgicos com um som mais arrastado, inclusive lembrando um pouco Doom Metal principalmente na bateria.


Se nas músicas anteriores Mütiilation faz bastante alusão ao vampirismo nas letras, na sexta faixa chamada ‘Transylvania’, é uma especial para o Conde Drácula e toda sua mitologia. Ela  faz o ouvinte se sentir nas montanhas dos Cárpatos numa noite fria e escura onde habitam morcegos e o nosferatu em busca de sangue para saciar sua fome. Essa música é épica, começa com os vocais rasgados do Meyhna’ch dizendo “The mortals fears in transylvanian dreams came true…” e depois a bateria e a guitarra, propositalmente abafados na mixagem, causa uma atmosfera aterrorizante que combina muito bem com a letra. Nessa música o terror encontra o seu lar num Black Metal cru e direto, com um vocal de peso digno de um personagem clássico da literatura, Bram Stoker ficaria orgulhoso.


A penúltima faixa ‘Under Ardailles Night’ chega num ritmo mais animado, uma bateria rápida e um som bem dissonante. A última música do álbum entitulada ‘Tears of Melancholic Vampire’ começa como um Black Metal clássico, com uma letra sombria e triste, os vocais soam como um vampiro atormentado pela imortalidade. A sonoridade é envolvente, fria, densa e encerra muito bem esse disco.


É um álbum interessante que consegue combinar bem os elementos do Raw Black Metal e DSBM a letra é focada no vampirismo, ocultismo, melancolia, morte, enfim, temas sombrios e fúnebres. A capa conta Meyhna’ch sentado num trono improvisado e Mordred com cara de assustado num efeito preto e branco, numa estética bem Black Metal clássico. Apesar dos trabalhos de guitarra e bateria serem incríveis, o baixo é imperceptível, o que é um ponto negativo, mas isso não altera o peso do som. É uma sonoridade que não vai agradar pessoas acostumadas com algo mais limpo e bem mixado, faz parte do conceito da banda, mas pra quem curte e não conhece a banda vale muito a pena conferir.


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