Lançamentos no Metal em Setembro de 2022 | Estante de Lançamentos


Mais um mês passou, o trimestre se encerrou e muita coisa boa foi lançada no mundo da música pesadas. Não ficou sabendo? Então vem com a gente que separamos os nossos lançamentos favoritos de Setembro!

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02 - AETERNAM - Heir Of The Rising Sun (Symphonic Death Metal)
(CAN)
Por: Sander Firmo
Apesar de não ser tão impactante quando o seu antecessor, o maravilhoso 'Al Qassam' de 2020, o novo trabalho da banda canadense apresenta uma consistência e coesão interessantes no seu Symphonic Death com elementos árabes, que neste álbum estão mais contidos que em trabalhos anteriores. As melodias, coros, orquestrações, temática, tudo isso muito bem executado aliados a um belíssimo trabalho dos vocais, sejam os guturais ou limpos, traz um trabalho que pode até não impressionar mas agrada e te fazer ter uma sensação boa durante todos os seus 46 muitos de duração. Uma ótima continuação para uma discografia consistente!

02 - BLIND GUARDIAN - The God Machine (Power Metal)
(ALE)
Por: Lucas Gomes

Para a felicidade dos saudosistas da década de 90, a necessidade que a banda tinha de experimentar com longas passagens orquestradas foi saciada com o álbum de 2019 e Hansi e companhia estão diretos, rápidos e cheios de fome. 'The God Machine' é um álbum incessante, com muito peso e muita velocidade, quase toda a tracklist é recheada de ótimos refrãos e solos muito bem executados. O único ponto fraco do álbum, na minha opinião, é a falta de ótimas power ballads que sempre foi presente nos álbuns do Blind Guardian, aqui "Secrets of the American Gods" empolga e entrega muito bem o que propõe mas "Let it Be No More" é passável. E, mesmo sendo o álbum mais rápido e direto da banda nos últimos 20 anos, as músicas mais longas dão uma pitada do prog que eles aprenderam na longa jornada da banda.

02 - DEFACING GOD - The Resurrection of Lilith
(Symphonic Black / Ghotic) (DIN)
Por: Caterine Souza

Só de ser melodeath escandinavo vociferado por uma vocalista mulher, a temática lírica ser história de Lilith - a primeira de todas as bruxas -, e de ver essa capa linda com o vermelho do sangue em destaque, já devesse ficar animado o metaleiro médio. Fundada em 2015, 'The Resurrection of Lilith' é o primeiro álbum de Defacing God. O instrumental vem muito coeso, ao mesmo tempo que é possível distinguir  todos os instrumentos já esperados numa banda de metal e ainda sobra espaço, tanto pra orquestrações sinistras, quando pra ser aquele instrumental sujo, tudo ao mesmo tempo. Os vocais de Sandie The Lilith passeiam do gutural grosso pro gutural agudo, permeado por uns cantos líricos que preenchem a música de maneira ímpar.

02 - MEGADETH - The Sick, The Dying and The Dead (Thrash)
(EUA)
Por: Paulo Rodrigues

A última década foi cruel a banda. Ao ponto que sentimentos de "não tá na hora de parar?" serem evocados com novos anúncios. Depois de uma sequência (sendo extremamente simpático com a descrição) questionável de álbuns, e uma questão seríssima, como Dave Mustaine ter enfrentado um câncer na garganta, os gigantes do Thrash lançam seu álbum de número 16. Neste, é perceptível que mais membros da banda tiveram uma mão na composição. Os riffs continuam bem trabalhados em diversos momentos, o trabalho nos solos feito por Kiko Loureiro também é de muita qualidade, o cover de Sammy Hagar também é divertido. Aqui acabam os elogios. Dave Mustaine deve ter esquecido outros aspectos que fazem um álbum brilhar. A produção tira o punch de diversas músicas. A tratativa de deixar as guitarras mais altas que todo o restante (e, sim, eu entendo que o Thrash seja um gênero onde o instrumento brilhe) tira o que poderiam ser performances notáveis de bateria. Não apenas, como é de uma decepção gigantesca você ter um baixista como Steve DiGiorgio ao seu dispor, e o baixo ser completamente inaudível durante todo o álbum. A lírica também é limitada, e não conseguimos sair da fixação de temas de guerra e afins mesmo em baladas (Dogs of Chernobyl), músicas para "seguir com a vida" (Soldier On). É de um mau gosto gigantesco ter no seu álbum quase que uma ode a atividades militares feitas durante a noite (Night Stalkers) e colocar uma sátira policial no fim do seu álbum, feita por uma das maiores bandas de punk da história (Police Truck). Além de tentativas frustrantes de levar um assunto tão sério pra Dave quanto as drogas de uma maneira tão ridícula quanto em Junkie, ou o desejo de ser um astronauta em Mission To Mars que, num álbum bom, seria um alívio cômico. O que fica é meu desejo de que, se for pra continuar com algo assim, parem, deixem o legado da banda falar, e não o manchem com algo assim.

06 - VERMILIA - Ruska (Atmospheric Black)
(FIN)
Por: Wellerson Ferreira

A one woman band da Finlândia, com 5 anos de estrada e agora no seu 2° álbum de estúdio, lança o Ruska que trás na sua sonoridade um Folk Metal moderno combinado com um Atmospheric Black Metal bem denso e envolvente, que faz lembrar os primeiros álbuns da Myrkur. Destaque para os trabalhos de guitarra, do baixo e as letras todas escritas em finlandês tratando de temas como paganismo e natureza. Único ponto negativo é a qualidade de mixagem dos vocais limpos, foi adicionado um efeito que deixou abafado nos momentos em que a voz e os instrumentos trabalham juntos mas isso não interfere na experiência. Vale a pena conferir!

09 - AN ABSTRACT ILLUSION - Woe (Prog Death)
(SUE)
Por: Sander Firmo

Uma aula de como fazer um Death Metal progressivo e atmosférico, onde absolutamente todas as escolhas que eles fazem são magnificas, cada mudança traz algo interessante, conseguem utilizar como poucos o conceito de um álbum que é na verdade uma música só em várias parte, executada de uma forma que faz você não querer parar de ouvir. Todos os instrumentos e vocais estão perfeitos, com destaque para os trechos em que usam piano ou notas estendidas de guitarra pra compor a atmosfera. E claro, não posso deixar de mencionar que In The Heavens Above, You Will Become A Monster é a melhor música do ano, é coisa de chorar de tão mágica. É um disco poderoso e que não consegui achar defeitos!

09 - BLOODBATH - “Survival Of The Sickest” (Death Metal)
(SUE)
Por: João Peralta

Bloodbath, profissão: Death Metal. É simples, direto e muito pesado. O Bloodbath continua sua consistente discografia com mais um consistente álbum que entrega um Death Metal puro e direto com aquele capricho característico da banda.

09 - ESCARNIUM - Dysthymia (Death Metal) [EP] (
BRA)
Por: Caterine Souza

Uma das queridinhas da bolha twitter-metaleira e, com certeza, uma das bandas por aparecer nos nossos episódios sobre a vasta Cena Brasileira, Escarnium, com pouco mais de dez anos de estrada, lança seu terceiro álbum: 'Dysthymia'. Com essa arte de capa por Unggun Yullanto, totalmente "logo de black metal feito com galho de árvore", os baianos da Escarnium trazem um som impecável. Quando se trata de vocal, este soa tão profundo que é daqueles de preencher os ouvidos ao lado de um instrumental tão bem justaposto que só podia dar uma cozinha para um dos death metal mais bem produzidos do país atualmente.

09 - FALLUJAH - Empyrean (Prog Death) 
(EUA)
Por: Paulo Rodrigues

Do metal moderno e os elementos que o acompanham, o Fallujah é uma das que mais se aproveitou de quase todas as características. E de uma maneira quase que singular. Com toques de técnica, deathcore, ambientação, todos muito bem equilibrados. Pareceu um retorno a forma depois do último álbum ter sido meio ignorado, e tomara que continuem usando muito bem de tudo que o seu som possui, como já mostrou ao longo da sua discografia.

09 - OZZY OSBOURNE - Patient Number 9 (Heavy Metal)
(ING)
Por: João Peralta

É, o Ozzy está acabando. Patient Number 9 acaba sendo um capítulo esquecível da carreira do Ozzy. O disco, que traz inúmeras participações, entre elas, Zakk Wylde, Eric Clapton e Tony Iommi, soa como um grande compilado de B-Sides.


09 - REVOCATION - Netherheaven (Tech Death/Thrash)
(EUA)
Por: Paulo Rodrigues

O Revocation retorna a um trabalho de mais peso em Netherheaven. Os últimos álbuns pareciam mais técnicos, mais melódicos, mas aqui volta todo o peso que trouxe a fama pra banda, em primeiro lugar. A mistura de Thrash e Death continua sendo muitíssimo bem aplicada, a produção é feita de um jeito que você pode ouvir cada instrumento, cada nuance, e que não seja tão limpa, o que sempre é uma característica maravilhosa. Dave Davidson brilha muito nos vocais, mas o seu trabalho como riffmaker é invejável. Depois de tantos álbuns, ainda me causa surpresa o que esse cara consegue entregar. Numa nota mais amarga, aqui (acho que) temos a última gravação de Trevor Strnad (ex The Black Dahlia Murder). Pros amantes dos gêneros citados, aqui é um prato cheio.

16 - BEHEMOTH - Opvs Contra Natvram (Blackened Death)
(POL)
Por: Sander Firmo
Depois do ‘The Satanist’ sem carisma que foi o ILYAYD, temos no ‘Opvs Contra Natvram’ um ‘Evangelion’ sem carisma. Apreciei a pisada no acelerador que o álbum traz, mas apesar da sonoridade ser do tipo que eu mais curto na banda, falta aquele punch que as músicas do ‘Evangelion’ tem. Curti mais que o antecessor mesmo tendo menos musicas marcantes, mas achei como um todo mais conciso. Não me prestei a procurar sobre as letras por preguiça desse papinho de "ai, tô seno cancelado" pau mole. Curti muito "The Deathless Sun", "Disinheritance" e "Once Upon A Pale Horse", as demais tem umas legais e outras genéricas, o que dá bem um tom do que o álbum traz: tem boa proposta mas falta algo.

16 - WOLFHEART - King Of The North (Melodic Death)
(FIN)
Por: Lucas Gomes

'King Of The North' é um álbum de Melodic Death que não traz nada de novo ao gênero mas tudo que se propõe a fazer, faz muito bem. Os riffs estão pesados e criativos, em muitos momentos lembrando a velocidade e o peso dos riffs palhetados do Amon Amarth de 14 anos atrás (Se o Amon Amarth fizesse o que esses caras fazem nesse álbum, seria uma volta à boa forma). Os vocais, tanto limpos quando guturais, são ótimos e melódicos no ponto certo. A banda acerta com refrãos que empolgam, um bom equilíbrio entre peso e velocidade, e uma tracklist de 9 músicas onde não tem espaço para ter músicas fracas. "Ancestor" com o Jesse Leach, vocalista do Killswitch Engage, surpreende e a "Cold Flame" com o Karl Sanders, guitarrista do Nile, é uma das melhores faixas de todo o álbum.

23 - FRAYLE - Skin & Sorrow (Doom Metal)
(EUA)
Por: Lucas Gomes

Com os lindos vocais etéreos da Gwyn Strang e um post-metal muito bem executado, 'Skin & Sorrow' é quase como se o Doom Metal desse de cara com a Blillie Eilish. As guitarras com ótimos riffs mas propositalmente abafados pela produção, dão espaço para a estrela do álbum que são as melodias vocais e o aspecto quase ambiental que a Gwyn entrega em todas as músicas. Aquele que vos fala, acha extremamente divertido um Doom Metal bem executado e que faz você repensar a vida que leva ou só afaga (aumenta) a dor momentânea que estiver sentido, então os 45 minutos de tracklist passaram voando para mim. O maior defeito do álbum é que algumas músicas podem soar parecidas com outras, então se o ouvinte não tiver paciência, pode soar como um bloco de músicas iguais pois os vocais estão sempre no mesmo tom.

23 - GAEREA - Mirage (Black Metal)
(POR)
Por: Caterine Souza

Venerados na bolha metaleira do Twitter BR, os portugueses do Gaerea trazem seu terceiro full-length: 'Mirage'. Formada em 2016, Gaerea é uma das bandas do aclamado Black Metal de Capuz™️. E não obstante, é uma ótima representante deste sub-subgênero ao chegar com riffs pesados, baixo bem aparente, bateria incessante e vocais cavernosos vociferando sobre narcisismo, auto-destruição e misantropia.

23 - PARADOX METHOD - Zero (Prog/Prog Death) [EP] (
BRA)
Por: Lucas Gomes

Outra novidade foi o EP "Zero" do "The Paradox Method". Esse é o trabalho de estreia da banda de Prog Death paulista. Com riffs marcantes e belas passagens vocais, o EP é uma excelente estreia para essa jovem banda.


23 - STRATOVARIUS - Survive (Power Metal)
(FIN)
Por: Lucas Gomes

Os gigantes da Finlândia voltam depois de 7 anos com um álbum rápido, sem grandes surpresas e extremamente consistente. As letras e sonoridade continuam no mesmo nível Stratovarius de sempre, mas o que surpreende é a entrega da banda, Rolf Pilve manda muito bem na bateria, os riffs e solos de Matias Kupiainen estão ótimos e o Timo Kotipelto continua um vocalista sensacional, claramente não tem a voz de outrora mas se adapta e empolga. Quase todas as pontes e refrãos do álbum funcionam, a banda está muito afiada. Power Metal não é um gênero que costumar inovar mas, executando da maneira certa e abraçando os estigmas do gênero, é possível ainda ter ótimos resultados e "Survive" é uma prova disso.

30 - AUTOPSY - Morbidity Triumphant (Death Metal)
(EUA)
Por: Wellerson Ferreira

Esse é o 8° álbum de estúdio da consagrada banda Autopsy, com uma sonoridade brutal, sombria, arrastada e com um flerte óbvio no Death/Doom Metal. Nesse álbum a banda escolhe muito bem os riffs de guitarra, muita das vezes a melodia é bem fúnebre em outras é nervosa e dilacerante. A bateria traz o peso do álbum, numa mesma faixa consegue muito bem alternar entre um som mais cadenciado com um som mais enérgico e violento, isso tudo sem parecer bagunçado. Os trabalhos de baixo estão muito bons, como sempre a banda nunca deixa desejar nesse quesito. Os trabalhos vocais estão incríveis como sempre, em vários momentos traz uma sensação de agonia, dor, desespero, raiva, ódio, enfim a banda dá um show de interpretação. O álbum tem uma boa duração, com 11 faixas muito bem distribuídas. Com certeza um dos melhores lançamentos de Death Metal no ano, apesar de lembrar muito os primeiros lançamentos da banda o que é um prato cheio pros fãs mais antigos, também pode agradar o público que não conhece Autopsy.

30 - COLDWORLD - Isolation (Atmospheric Black Metal/Blackgaze)
(ALE)
Por: Wellerson Ferreira

O 3° álbum de estúdio da one man band alemã ColdWorld chega trazendo um som bem atmosférico, sombrio e melancólico. A intro é fraca e destoa muito do resto do álbum, foi uma escolha ruim, mas tudo é superado a partir da 2° música a "Soundtrack to Isolation" que apresenta um som bem clássico da banda. As outras faixas também são muito boas em alguns momentos é feito o uso de um violino que combinado com a guitarra melódica traz um tom dramático. A bateria ao longo do álbum tá bem arrastada lembra até uma banda de Doom Metal. Os vocais pouco aparecem mas quando aparecem tem destaque isso vale tanto para os limpos quanto para os guturais. É um bom álbum que vale a pena conferir.

30 - ELLENDE - Ellenbogengesellschaft (Atmospheric Black Metal)
(AUT)
Por: Wellerson Ferreira

Ellende já tem um certo reconhecimento no meio Black Metal e faltava pra banda um álbum na discografia pra chamar de "grande clássico", e esse disco com um nome quase impronunciável com mais consoantes que vogais preenche o requisito. Com um som bem conciso e direto ao ponto, nota-se que a banda que tem mais de 10 anos de carreira amadureceu bem musicalmente. Com 8 faixas e um pouco mais de 48 minutos de duração, é um álbum épico que dá pra notar uma dedicação dos músicos no trabalhos vocais e instrumentais. É com certeza um dos melhores lançamentos de 2022.

30 - SLIPKNOT - The End, So Far (Nu Metal)
(EUA)
Por: João Peralta

No dia 30 de setembro o Slipknot lançou o enigmático e aguardado "The End, So Far". O disco traz influências variadas, mas se perde na sua duração e acaba tendo dificuldade em definir seu caminho sonoro. O destaque fica para o sempre brilhante Corey Taylor, que parece não sentir a idade chegar. Entretanto, o trabalho de guitarra e percussão fica aquém do que o Slipknot já entregou.

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Por hora é isto! Comentem aí o que vocês acharam desses álbuns, qual seu destaque até o momento e se deixamos passar algum álbum batido!

Você pode conferir uma amostra de cada álbum nessa nossa playlist: Spotify e Deezer.

Confiram também os principais lançamentos dos meses de JaneiroFevereiroMarçoAbrilMaioJunho e Junho & Agosto!

E, claro, todos esses álbuns serão comentados no episódio do podcast sobre os lançamentos do 3º Trimestre de 2022, que será lançando ainda esse mês!

3 comentários:

  1. Mês cheio de decepções para mim, Slipknot com ctz a maior delas. Felizmente existe Woe.

    Acho que vale falar do "Tekkno" do Electric Callboy. Onde, apesar das melhores músicas dele terem sido lançadas como singles a um tempo, é uma das melhores produções de trancecore (quem sabe a melhor).
    E também Oni do Darko US, que funde deathcore com bastante do industrial metal.

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    1. Peguei esse do eletric callboy e achei maneiro, conheço quase nada desse subgênero e achei bom pra porra, valeu a indicação!

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    2. Pô, feliz por ter curtido a indicação.

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